Programação Bossa Usada Cineclube (Março)

fevereiro 26, 2008 at 10:52 pm (Ditos e Notas)

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Programação dos cineclubes que eu participo, da associação Bossa Usada Cineclube.


PROGRAMAÇÃO: CINECLUBE MACHADO BITENCOURT

Sábado: 15/03 – Superoutro de Edgard Navarro

Sábado: 29/03 – Week-End Jean-Luc Godard

LOCAL: Sala de Cinema da AABB (por trás do ginásio)

HORA: 16H

REALIZAÇÃO: GRUPO BOSSA USADA + UEPB – DECOM + AABB

PROGRAMAÇÃO: CINECLUBE MARIO PEIXOTO

Quarta: 12/03 – O Atalante de Jean Vigo

Sexta: 14/03 – Ritual dos Sádicos de José Mojica Marins

Quarta: 19/03 – Cria Cuervos de Carlos Saura

Quarta: 26/03 – Uma Mulher é Uma Mulher de Jean-Luc Godard

Sexta: 28/03 – Pierrot Le Fou de Jean-Luc Godard

LOCAL: Auditorio do Dart UFCG

HORA: 16H

REALIZAÇÃO: GRUPO BOSSA USADA + MINC + UFCG – UAAMI

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FALHOS E FALHAS

fevereiro 24, 2008 at 6:39 pm (Escritos Errantes)

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Pensei ser destino de peixe, mas meu coração derruba flores demais, não há nada além de um grito de dor, certa agonia, desesperos de perdas. Tomei um caldo que me fez feliz agora a pouco, aprendi a ler Bach de um jeito divino e maravilhoso, apesar disso enganei meu coração sensível de ares indeléveis. Tenho plena certeza que ninguém disse que me amava um dia. É difícil ser realista e acreditar nas ilusões que nos salvam. Não tenho competências de gato pra isso. Aprendi demais sendo bonzinho, hoje vejo falhas nas certezas e as certezas nas falhas. Estes escritos trazem uma calma de circo sem animais, trazem o amor de um espírito dolorido de Kafka. A alegria suicida de Woolf. Oh Deus! Oh Deus!.È tão bom sofrer, e tão difícil – não tirar da cabeça aqueles sentidos de violão, aquelas memórias de beijo, aqueles toques de praça. É tão irrelevante querer, melhor fingir não é? Não sei, talvez. O que sei só são palavras ao vento, meros descaprichos desmerecidos e dementes de dama. Meu espírito é sensível, tenho extremo cuidados a aqueles que amo. Odeio menos a aqueles que não gosto. A eles dou um prato raso de indiferença e privilégios de sorrisos. Falho ás vezes em não ser bonito, mas meu olhar transmite paz, eu sei, apesar de ser maldito. Diga a quem tu amas e eu ti direi quem és. Escrevo errado por ser errante. Suspiro sonhos. Decepo mentiras. Devo ser grande, apesar de ser pequeno ainda. Há uma nuvem de gênio em meus ouvidos. Espíritos de pássaros vagam em minha pele branca de pombo. Calmo transpareço flores de maio. Ainda serei gente, daqueles profetas sem bíblia, ainda serei… um poeta? Talvez, tudo que ganho é experiência e aprendizagem. As dores são boas pra isso. Descobrem-nos dos lençóis de mentira. E isso é muito bom. A vida é tão rara. Falhos e falhas. Choro a perda, mas entendo os motivos, mas não esquecerei um só minuto os momentos felizes. Pois amor é sofrer, e não amar é sofre mais. Falhos e falhas.

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Frases sobre O Escritor e a Escrita.

fevereiro 14, 2008 at 10:37 pm (Relicário de Frases)

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O ESCRITOR


A obra escreve o seu autor?

Autran Dourado (1926-) Escritor Mineiro (O Meu Mestre Imaginário).

A obra literária deve ser sempre melhor do que o autor.

Carlos Drumonnd de Andrade (1902-1987) Poeta e Cronista Mineiro (O Avesso das Coisas).

Escritores fazem bem ou fazem mal. Depende de quem os leia.

Daniel Piza (1970-) Jornalista e escritor Paulista (Extraído do livro: Dicas da Dad, de Dad Squarisi).

Nem sempre os grandes escritores são bons escritores.

Ledo Ivo (1924-) Poeta e Romancista Alagoano (Confissões de um Poeta)

Cada escritor tem os leitores que merece.

Mário da Silva Brito (1916-) Poeta e Ensaísta Paulista (Desaforismos).

 

O escritor deve acreditar na luz. Mas o escritor não é um iluminador. Como uma janela, ele filtra a luz que lhe atravessa a alma.

Marisa Raja Gabaglia (1942-2003) Escritora e Jornalista Paulista (O Pirol Brasileiro).

 

Não há ninguém que abomine mais um autor do que outro autor. Um autor só é solidário com outro no velório do concorrente.

Nelson Rodrigues (1912-1980) Dramaturgo e Jornalista Pernambucano (Flor da Obsessão).

 

Se o escritor não se coloca ao lado dos dominados, contra os dominadores, pode fazer jus a títulos e a inúmeras honras: mas não merece o nome de homem.

Osman Lins (1924-1978) Escritor Pernambucano (Evangelho na Taba).

 

Escritor é quem tem dificuldade para escrever; quem tem facilidade para escrever é orador.

Paulo Mendes Campos (1922-1991) Poeta e Cronista Mineiro (Diário da Tarde).

Escritor não tem estilo. Quem tem estilo é o personagem.

Raimundo Carrero (1947-) Escritor e jornalista Pernambucano (Extraído da Revista Época).

 

O escritor não é alguém que vê coisas que ninguém mais vê. O que ele faz é simplesmente iluminar com os seus olhos aquilo que todos vê em sem se dar conta disso.

Rubem Alves (1933-) Escritor e Psicanalista Mineiro (O Retorno e o Terno).

 

O verdadeiro escritor nada tem a dizer.Tem uma maneira de dizer nada.

Rubem Fonseca (1925-) Escritor e Roteirista de Cinema Mineiro (O Caso Morel).

ESCREVER

Se todo o teu corpo não participa do que estás escrevendo, rasga o papel e deixa para amanhã.

Aníbal Machado (1894-1964) Escritor Mineiro (Cadernos de João).

 

Escrever é não esconder nossa loucura.

Arnaldo Jabor (1940-) Jornalista e Cineasta Carioca (A Invasão das Salsichas Gigantes).

Escrever é preciso; viver não é preciso.

Ascendino Leite (1915-) Escritor e Jornalista Paraibano (Os Dias Memoráveis).

 

Nada mais fácil que escrever difícil; na simplicidade está a complicação que dificulta o ofício.

Bastos Tigre (1882-1957) Poeta e Jornalista Pernambucano (Extraído do livro Coletânea de Pensamentos da Sabedoria Universal, de José da Silva Martins).

 

Tudo que escrevemos não vale o que deixamos de escrever.

Carlos Drummund de Andrade (1902-1987) Poeta e Cronista Mineiro (O Avesso das Coisas).

 

Cada livro meu é uma estréia penosa e feliz.

Clarice Lispector (1925-1977) Escritora Ucraniana Radicada no Brasil (A Descoberta do Mundo).

 

Não se escreve muito bem sem ter lido bastante.

Daniel Piza (1970-) Jornalista e escritor Paulista (Jornalismo Cultural).

 

São muitos os que escrevem e poucos os verdadeiros escritores. Escrever como toda gente, é fácil; escrever bem, é extremamente difícil.

Eduardo Frieiro (1889-1982) Escritor Mineiro (A Ilusão Literária).

 

Para os que pertencem à espécie literária, só há um prazer que se pode comparar ao de ler livros: é o prazer de escrevê-los.

Eduardo Frieiro (1889-1982) Escritor Mineiro (A Ilusão Literária).

 

Não escrevo para fugir de mim, mas para me encontrar nos outros.

Fabrício Carpinejar (1972-) Poeta e Jornalista Gaúcho (Extraído da Revista Época).

 

Escrevo para viver, quando gostaria de viver para escrever.

Fernando Sabino (1923-2004) Escritor Mineiro (O Tabuleiro de Damas).

 

Escrever não é propriamente um sofrimento, mas uma obrigação. A literatura me sustenta não apenas no sentido econômica, mas também existencial. Só atinjo a minha verdadeira dimensão, e presto contas a deus, através da literatura.

Fernando Sabino (1923-2004) Escritor Mineiro (O Tabuleiro de Damas).

 

Nenhum homem deveria escrever sem estar convencido de que se acha de posse da verdade e que outro homem está errado.

Gustavo Corção (1896-1978) Escrito Carioca (Citado por Josué Montello no Livro: Diário da Noite Iluminada).

 

Só se escreve para provocar um amigo, conquistar uma mulher ou ganhar muito dinheiro.

Ivan Lessa (1935-) Cronista Paulista (Extraído do livro: Dicas da Dad, de Dad Squarisi).

 

Quando alguém pergunta a um autor o que este quis dizer, é porque um dos dois é burro.

Mário Quintana (1906-1994) Poeta Gaúcho (Caderno H)

 

Para escrever bem não é preciso muitas palavras, só saber como combiná-las melhor. Pense no xadrez.

Millôr Fernandes (1924-) Escritor e Humorista Carioca (Millôr Definitivo: A Bíblia do Caos).

 

Só os autores experimentados, só os grandes escritores sabem quando e como desprezar certos preceitos gramaticais para obter efeitos estilísticos abnegados.

Othom Moacyr Garcia (1912-2002) Escritor e Filólogo Carioca (Comunicação em Prosa Moderna).

Escrever bem é pensar bem.

Otto Lara Resende (1922-1992) Escritor e Jornalista Mineiro (Citado no livro: O Papel do Jornal, de Alberto Dines).

 

Escrever é um suplício para quem gosta de escrever.

Ricardo Noblat (1949-) Jornalista Pernambucano (A Arte de Fazer um Jornal Diário).

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PEQUENA ENTREVISTA AO ESCRITOR E CRÍTICO LITERÁRIO RINALDO DE FERNANDES.

fevereiro 11, 2008 at 10:10 pm (Entrevistas)

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RINALDO DE FERNADES

È doutor em Letras pela UNICAMP e professor de literatura da Universidade Federal da Paraíba. Organizador do livro “O Clarim e a Oração: cem anos de Os sertões” (São Paulo: Geração Editorial, 2002). Como pesquisador, fez os textos da antologia Os cem melhores poetas brasileiros do século, organizada por José Nêumanne Pinto (São Paulo: Geração Editorial, 2001). Já teve contos publicados, entre outros suplementos, pelo “Rascunho”, de Curitiba. Autor dos livros de contos “O Caçador” (1997) e “O perfume de Roberta” . Neste último ano venceu o prêmio Nacional de Contos do Paraná, o mais importante do gênero, com o a narrativa “Beleza”.

E-mail: rinaldofernandes@uol.com.br

as perguntas que se seguem fazem parte de um questionário, já referido neste blog, sobre o panorama da literatura contemporanea brasileira.

1 – Quais são as principais dificuldades de ser um escritor no Brasil?

A primeira diz respeito ao acesso às médias e grandes editoras, que, efetivamente, distribuem o livro pelo país e possibilitam o acesso de um público mais amplo ao trabalho do escritor. As portas continuam fechadas nessas editoras (ainda muito centralizadas no eixo São Paulo-Rio) para um bom número de autores de talento. Por outro lado, o autor brasileiro sofre também com a falta de políticas de incentivo à leitura, de acesso ao livro, que em nosso país é muito caro. Recentemente houve uma pesquisa que indicou o baixo número de leitores entre os universitários brasileiros. Isso é muito triste.

2 – Quem você destacaria na atual Literatura Nacional?

Concedi, recentemente, junto com o Nelson de Oliveira, entrevista à revista Problemas Brasileiros, editada pelo SESC de São Paulo. Reproduzo aqui, resumindo, o que falei sobre autores contemporâneos brasileiros: “Hoje no Brasil há certamente bons escritores, prosadores e poetas, sendo que, até onde tenho acompanhado, o conto tem sido o gênero de destaque. Não apareceu ainda o grande romancista ou o grande poeta, aquele autor que de alguma forma desestabiliza, que traz algo de impacto, com cara de novo. Parece-me que os dois últimos grandes romances brasileiros são Zero, de Ignácio de Loyola Brandão, e A Festa, de Ivan Ângelo, ambos da década de 70. […] Mas não quero dizer com isso que não tenham surgido outras obras de qualidade. Faço questão de citar alguns bons romancistas mais recentes: Miguel Sanches Neto, André Santanna, Milton Hatoum, Luiz Ruffato, Paulo Lins, Patricia Mello, Chico Buarque, Nelson de Oliveira, W. J. Solha… […] Com a poesia acontece algo parecido, mas os poetas mais velhos ainda dominam a cena. Caso especialmente de Ferreira Gullar e Manoel de Barros. Os contistas, por sua vez, estão num momento muito instigante. Nota-se uma variedade de formas no conto, que vai do minimalismo ao realismo brutal, passando pela vertente intimista (ainda nas pegadas de Clarice Lispector), pela narrativa fragmentária ou mesmo experimental. Isto pode ser comprovado nas antologias ultimamente organizadas por mim, por Nelson de Oliveira e por Luiz Ruffato. […] No que se refere ao Nordeste: o Ciclo do Romance de 30 foi, efetivamente, um acontecimento extraordinário de nossa literatura, revelando autores como Raquel de Queiroz, Graciliano Ramos, José Lins do Rego e Jorge Amado. Atualmente, autores nordestinos como Antônio Torres, Francisco Dantas ou mesmo Aldo Lopes de Araújo conseguem manter um diálogo rico, não raro original, com essa tradição. Outro exemplo, ainda inserido na tradição regionalista mas com soluções diferentes, é a narrativa dialógica, intertextual, de Aleilton Fonseca, que resgata o universo e a oralidade de Guimarães Rosa. Mas há autores com outros traços, a exemplo de José Nêumanne Pinto, com o romance O silêncio do delator, que retrata, de forma paródica, alguns ícones da cultura urbana e de massa da segunda metade do século XX. […] Há hoje autores nordestinos que residem na região e fazem uma literatura urbana que, de tão metropolitana, fica difícil às vezes de relacionar com o Nordeste. É o caso, por exemplo, da contista Marilia Arnaud. Ou mesmo o meu caso. Meus contos são urbanos, ficando difícil ao leitor associá-los ao Nordeste, mas eu, embora já tendo vivido em São Paulo, resido na Paraíba”.

3 – Em sua opinião, podemos afirmar que há uma temática central ou uma essência narrativa na atual Literatura Brasileira?

central, não. Mas me parece que a essência de nossa literatura continua neo?Temática naturalista. Ou seja, nossos principais prosadores aspiram ao documento, à denúncia de nossas mazelas sociais. O texto rente à realidade é um traço ainda forte, significativo, de nossa ficção.

4 – O que o faz escrever? Ou seja, qual a sua principal motivação enquanto escritor?

A minha principal motivação é marcadamente emocional. Há determinadas situações vividas que criam em mim uma necessidade, às vezes inadiável, de resposta estética. Um ambiente que vi e contemplei, um tipo humano. O ambiente exerce uma grande força no meu processo criativo. Mas, no momento de elaboração da narrativa, do conto, construo com muita atenção, amparado no que entendo de mais importante acerca de literatura, o personagem e sua situação.

5 – Cite pelo menos três referencias literárias da sua escrita?

Machado de Assis, Graciliano Ramos e Rubem Fonseca. São autores fundamentais para mim. Mas gosto ainda de alguns outros, especialmente Guimarães Rosa, Clarice Lispector e Dalton Trevisan.

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minicontos

fevereiro 7, 2008 at 4:44 pm (A Carne da Fábula)

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O preso político.

 

– Não tenho nada a dizer. Minha boca sofre de aminésia crônica como os meus olhos vadios.

Eterno amor.

 

– Se você me ama. Diga a verdade.

– Sim…eu te amo, te amo muito, mas não suporto suas meias fedorentas no quarto.

– Mas Ivone porque você não disse logo…eu já havia cortado os meus dois pés antes Ivone.

Barracos a venda

 

Procura-se uma vítima. Favor entrar sem armas.

 

A Felicidade Dói

Desarmado, com a cabeça caída para trás, a boca meio aberta, perdido de si mesmo, apresentava a imagem pungente de um abandono sem salvação.

 

Cartas de Amor

 

Estranho é pensar que tudo é mentira. E que aquelas cartas de amor não passam hoje de simples e velhos papéis sem cor nas gavetas do passado.

 

Destino

Não esquecer dos casos em que alguém ou algo nos anda a empurrar pelas costas sem que saibamos por que nem pra onde.

Na Caverna

 

Que bela cena descreves e que estranhos prisioneiros. São iguais a nós.

 

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Santo Daime (Tive um parto Comigo mesmo.)

fevereiro 5, 2008 at 4:41 pm (Poemas Avulsos)

Vi pássaros demais Dentro de mim

Cai de pontes Em pedras de paz

Tive um parto Comigo mesmo.

Daqueles de flores e frutos azuis.

Senti luzes inesgotáveis.

Vozes divinas Pululavam No meu peito.

Sorri como um bebê bobo

Em meio a doces lembranças do futuro

Parti desesperos em sonhos falhos

Olhos vermelhos me jogavam pontes de Poesia

Cânticos em Desejos de Caos, ritmos de Era.

Eu vi um Deus brincando em papéis de ritmos

Um caldo.

Um credo.

Um Bailado.

Uma Música.

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